sexta-feira, 18 de maio de 2012

Tijolos feitos a partir de lixo orgânico em Araraquara

O químico de Araraquara, Marcelo dos Santos, desenvolveu um tijolo a partir de lixo orgânico que pode ser utilizado na construção civil. O processo visa oferece um destino sustentável ao lixo doméstico, além de baratear a produção de blocos de alvenaria, a partir da redução do uso de areia e concreto na composição dos tijolos.

O custo da fabricação do novo tijolo caia pela metade, sendo assim os tijolos orgânicos podem ser até 50% mais baratos que os convencionais. A produção autossustentável pode substituir até 50% da areia e 30% do concreto utilizados na produção convencional.

Santos conta que o lixo chega até a fabrica dentro de sacos plásticos, do mesmo jeito que saia da casa das pessoas, lá eles separam os detritos do material reciclável, que é vendido para uma cooperativa, e o dinheiro arrecadado é usado para manter a produção.

Após a separação, o lixo orgânico passa por um triturador e é fragmentado. O material moído vai para um misturador, onde uma composição química é acrescentada a ele. Essa composição, patenteada por Santos, é responsável por esterilizar o material orgânico, livrando-o de bactérias, vírus, fungos ou vermes capazes de produzir doenças infecciosas, e deixa-o inerte, evitando que polua o ambiente.

Depois do processo de mistura, a massa pastosa passa por uma máquina peletizadora, onde é dividido em pequenos pedaços, com aparência de ração animal. No mercado, uma máquina deste tipo custa em torno de US$ 100 mil, mas o químico produziu a estrutura pelo equivalente a R$ 2,5 mil, com ajuda de seu sócio, o metalúrgico e sociólogo José Antônio Masoti.


A composição em pedaços, então, é levada para um forno e passa por secagem para a última etapa da preparação do material orgânico, que será utilizado na produção dos tijolos. Em um moinho, o produto é transformado em pó, para poder ser acrescentado na produção dos blocos de concreto.

Os protótipos produzidos com 30% da quantidade normal de areia e 20% de concreto atingiram resistência equivalente ao dobro do exigido pelo Inmetro. Novos testes serão feitos pela Universidade de São Paulo (USP), de São Carlos, para ajudar no credenciamento da técnica.

"Nossa intenção é levar adiante a ideia de sustentabilidade na produção dos tijolos e ajudar na construção de casas populares e ainda dar um bom destino para o lixo que produzimos", comenta Santos.

Fonte: G1

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